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Folia Histórica del Nordeste

versión impresa ISSN 0325-8238

Folia  no.24 Resistencia dic. 2015

 

DOSSIER

Batista Pereira um nacionalista liberal da velha república brasileira

Batista Pereira a liberal nationalist from brazilian old republic

Luiz Felipe Viel Moreira*

* Universidad Estadual de Maringá – UEM.

Resumen

Este artículo tiene como objetivo buscar el sentido de la producción intelectual de Antonio Batista Pereira, un pensador con ricas memorias para la historia brasileña, pero que aún es bastante desconocido en su propio país. Pereira fue un intelectual liberal y nacionalista de la vieja república, muy cercano al poder político nacional, y que editó un conjunto variado e importante de textos, relacionados a cuestiones de nuestra identidad y su vínculo con el Río de la Plata.

Palabras clave: Liberalismo; nacionalismo; revisionismo histórico.

Abstract

This paper aims to search for the meaning of the intellectual production of Antonio Batista Pereira, a thinker with rich memories for the Brazilian history, buy largely ignored, even within the country. He was a liberal and nationalist intellectual of the old Republic, always very close to national political power. Nevertheless, Batista Pereira edited a varied and important collection of texts that were ordered around issues about our identity and its bond with Rio de la Plata.

Keywords: Liberalism; nationalism; historical revisionism.

Recibido: 12/09/2015
Aceptado: 13/11/2015

Antonio Batista Pereira (1880-1960), até para um leitor brasileiro mais atento, soa como um nome muito pouco conhecido. Mas Batista Pereira foi uma figura que sempre esteve ao lado das esferas mais amplas do poder político durante a República Velha (1889-1930), em grande medida dada sua proximidade com o conhecido estadista e jurista Rui Barbosa, seu sogro. Sua trajetória intelectual se situou, em grande medida, junto a categoria de letrados que atuaram em um período permeado de significativas rupturas políticas no Brasil, como as revoltas militares da década de 1920, a revolução de 1930, a rebelião paulista de 1932, o levante comunista de 1935 e a implantação do Estado Novo, em 1937. Assim, estamos falando de um homem que nasceu ainda no Império, e que teve a vida adulta produtiva majoritariamente desdobrando-se ao longo da República Velha e nos primeiros anos da era Vargas.1

Batista Pereira fez parte de uma geração que, dadas ás consequências advindas da primeira guerra mundial, viveu o choque do colapso dos valores e instituições da civilização ocidental liberal, mas que para muitos de seus contemporâneos no Brasil foi, a partir de então, um posicionar-se diante das novas opções políticas e seus extremos, tanto à esquerda como à direita.2 A opção de Batista Pereira foi a menos perceptível e ruidosa: a da sobrevivência dos valores e instituições liberais vivenciadas pela sociedade brasileira. E dentro dos cânones do liberalismo, seus ensaios nacionalistas trilharam caminhos próprios. Ensaios que apareceram em vários volumes da Coleção Brasiliana já na década de 1930, e isto por si só tem um significado. Mas o isolamento em que viveu Batista Pereira nas últimas décadas de sua vida cortou a ligação com uma nova geração de intelectuais, surgidos no pós-segunda guerra mundial, e isso em parte explica o seu anonimato. A busca do sentido de sua produção intelectual é o objetivo deste trabalho.3

Natural do Rio Grande do Sul mudou-se jovem para São Paulo, devido ao trabalho de seu pai. Sua atuação como juiz e jornalista, o aproximou de importantes figuras da administração pública de São Paulo, como o futuro presidente Rodrigues Alves (1902-1906), que se tornou seu protetor. Com as credenciais que tinha e o pedido do presidente, Batista Pereira ingressou no corpo diplomático, sendo designado pelo Barão do Rio Branco para fazer parte da delegação junto à Segunda Conferência Internacional de Paz em 1907, na cidade de Haia. Quando de sua ida para a Europa, já contava com vinte e oito anos, tendo aí conhecido a Rui Barbosa, chefe da delegação brasileira. A partir deste momento, a vida de Batista Pereira passou a estar para sempre ligado afetiva, política e intelectualmente, ao já renomado jurista. As relações afetivas se deram pelo fato de Batista Pereira ter-se tornado genro de Rui Barbosa, havendo uma grande afinidade entre ambos. Para toda a grande família manter-se próxima, abandonou a diplomacia e retornou ao Ministério Público. Batista Pereira e família passaram a viver na imensa casa do senador baiano, no bairro do Botafogo na cidade do Rio de Janeiro.4

O primeiro teste político para Batista Pereira foram ás eleições presidências de 1910, na qual Rui Barbosa enfrentou o Marechal Hermes da Fonseca, sobrinho do Marechal Deodoro da Fonseca, fundador da República. Rui Barbosa, contando com Batista Pereira, iniciou a chamada Campanha Civilista em 1909, tendo como peça organizadora de seu discurso político o perigo do militarismo, a defesa dos princípios democráticos e o voto secreto. Os resultados das urnas foi adverso. E o mesmo aconteceu nas eleições de 1914 contra Wenceslau Brás. Pela segunda vez se frustrava para Rui Barbosa, com o apoio de Batista Pereira, o caminho para o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. Em 1918, Rui Barbosa novamente se postulou ao cargo máximo da República, então disputando contra Epitácio Pessoa. Mas pela terceira vez as ambições políticas de Rui Barbosa e Batista Pereira não puderam ser concretizadas.5

No ano de 1923, com a morte de Rui Barbosa, Batista Pereira viu sua existência transformada. Ao mesmo tempo não lograva obter a cadeira de deputado para o Congresso Nacional, como representante pela província do Rio Grande do Sul. A primeira grande etapa na vida de Batista Pereira chegava ao fim, contando ele então com quarenta e três anos. Longa jornada no qual veio a se arrepender por ter gasto tanto tempo quanto energia. Abria-se a partir de então uma segunda nova janela, a que levaria a uma produção intelectual. Nos quatro anos seguintes, publicou uma série de conferências sobre seu sogro e sobre sua experiência frustrada nas eleições do Rio Grande do Sul. Eram o "Rui estudante", "Rui artista", "Rui Barbosa e o Rio Grande do Sul", "Rui Barbosa e o Supremo Tribunal" e "Pela redenção do Rio Grande".

Mas, já em 1927, seus trabalhos se encaminharam para o campo da história.6 Várias de suas conferências foram publicadas num só volume da Coleção Brasiliana, "Pelo Brasil Maior" (vol. 21, 1934). Também apareceram pela Brasiliana, três volumes de ensaios: "Figuras do Império e outros ensaios" (vol. 1, 1931), "Vultos e episódios do Brasil" (vol. 6, 1932) e "Diretrizes de Rui Barbosa" (vol. 7, 1932). Em 1932 também sai o romance "A ilusão russa". E em 1933 "O Brasil e o anti-semitismo". E entre 1934 e 1935 refundou a "Revista Brasileira". Tudo isto se deu em uma etapa de profundas transformações no país, e que no plano cultural, se expressou na expansão da rede de instituições culturais públicas, bem como em um surto editorial.

Batista Pereira, entretanto, ainda fazia parte de uma intelectualidade de uma etapa anterior, cuja atuação originou-se grandemente a partir da importância da rede de relações sociais tecidas. E com a fé ainda inabalável nos valores e instituições liberais vivenciadas pela sociedade brasileira. A expressão disto está em sua produção, bem como em sua filiação intelectual, da qual teve dois mestres anteriores a Rui Barbosa: Eduardo Prado7 e Capistrano de Abreu.8

Além de seus mestres, Batista Pereira teve um grande admirador, o inglês e prêmio Nobel de literatura Rudyard Kipling. Quando da passagem pelo Rio de Janeiro da família Kipling, em 1927, Batista Pereira serviu de anfitrião, visto ter sido o tradutor de algumas de suas obras no Brasil.9 Para Batista Pereira, Kipling era o maior escritor vivo, e um microcosmo da Inglaterra, país mãe de todos os parlamentos liberais, de onde emanava a luz menos imperfeita da justiça dos homens

No ano seguinte a estada de Kipling, Batista Pereira fez uma conferência na Faculdade de Belo Horizonte, intitulada "Civilização contra a Barbárie". O ano foi bastante emblemático na história do pensamento brasileiro. A República, em muitas publicações de 1928, inclusive neste ensaio de Batista Pereira, aparecia sendo reavaliada em seus próprios pressupostos.10 A conferência teve como tema central o nacionalismo cultural, fazendo um balanço das responsabilidades na República pela divulgação da chamada "campanha lopizta" advinda do Rio da Prata, sendo esta vista como uma propaganda nitidamente anti-brasileira.

Para Batista Pereira, o conflito das repúblicas sul-americanas com o império brasileiro teria sua origem em um conflito anterior, entre Espanha e Portugal. Como antes, era um conflito de raças. O ódio ao português se transferiu ao brasileiro. Com a guerra contra o Paraguai, a hostilidade contra o Brasil ganhou terreno, sendo grande propagador o argentino Juan Bautista Alberdi. Proclamada a república, os argumentos contra o Brasil tomariam nova vida, pelas mãos dos próprios positivistas brasileiros. O amor da república devia nutrir-se do desprezo pela monarquia; assim nada melhor do que fazer da guerra do Paraguai o estigma do Império. E assim o fizeram o herói republicano Benjamin Constant e o recentemente falecido Teixeira Mendes. Bem como continuava fazendo um contemporâneo seu, Roquette Pinto. Somavam-se a estes, um pequeno grupo de militares brasileiros, fiéis ao Apostolado Positivista, com uma produção intelectual pequena e de pouca relevância, mas carregada de significado pelo eco que sua propaganda fazia no exterior.11

A resposta a esta produção também se situou no campo historiográfico, com Batista Pereira ocupando a maior parte do ensaio tentando mostrar as permanentes contradições deste "revisionismo histórico", e sua campanha de reabilitação da figura de Solano López. Além do que, demonstrava estar a par da bibliográfica paraguaia recente, pois passava a fazer menção aos trabalhos da "Junta Patriótica" de Assunção. A referência era á obra, "El Mariscal Francisco Solano López", publicado na capital paraguaia em 1926. O livro havia sido elaborado pelos liberais paraguaios e apresentava vários "juízos autorizados" que desacreditariam a figura de Solano López. Para Batista Pereira, a eficiente propaganda revisionista platina sobre a guerra, tocava sempre na tecla de ter sido aquela uma luta de David contra Golias. Assim, todo o sacrifício brasileiro em nada contava, com o interesse humano sendo sempre posto basicamente ao lado do Paraguai. Com seu trabalho, esperava uma reversão desse quadro, que considerava ser uma ilusão de perspectiva, como tantas outras "ilusões americanas".12

Alguns meses depois, ainda no ano de 1928, fazia outra conferência, intitulada "O Brasil e a Raça", na Faculdade de Direito de São Paulo.13 Falando aos estudantes da faculdade, procurava transmitir uma lição de energia e patriotismo. O que faltaria ao Brasil seria um Espírito Nacional, o que fora conseguido pela Argentina, e que se traduziria em uma palavra – "argentinidad". Assim, para Batista Pereira, seria impossível na Argentina professores que praticassem a detração da Pátria, e militares que fornecessem argumentos a possíveis reivindicações. A crítica voltava a se destinar em grande medida contra os militares positivistas, mas também a todo o processo de politização que seguia envolvendo o exército brasileiro, iniciado com o movimento tenentista nessa mesma década. Um exército que para ele deveria estar disciplinarmente alheio á vida política.

Mas a crítica de Batista Pereira ia além, envolvendo o próprio ensino da história. Um ensino onde professores de História do Brasil não estudavam o conflito com o Paraguai; no qual escolas seguiam adotando compêndios escolares onde continuava se responsabilizando o Imperador pela guerra, ou mesmo omitindo o nome de Rui Barbosa entre os fundadores da República. Para o país acreditar em si mesmo, desenvolver o orgulho nacional, isto aconteceria apenas com o fortalecimento da cidadania. A história, desta forma, desempenharia um papel fundamental no desenvolvimento da nação. E nisso julgava a própria importância de seu trabalho, ao ajudar a denunciar o que considerava serem calúnias históricas.

ensaio dava continuidade a um pensamente que, dentro dos cânones do liberalismo, permanentemente retomava como central as temáticas de um nacionalismo cultural. Em meados da década de 1920, para muitos intelectuais como Batista Pereira, a raça já não tinha conotações biológicas, e sim culturais/espirituais, sendo o mexicano José Vasconcelos, com sua raça cósmica, um de seus grandes referentes. Batista Pereira em "O Brasil e a Raça", acalentava a idéia de que nossa nação estava construindo nos trópicos uma civilização original e vitoriosa, refutando as teorias de Buckle, Gobineau e Lapouge, autores que considerava desconhecerem que o progresso do espírito havia eliminado o fator racial. Assim, Batista Pereira afirmava com orgulho ufanista que éramos um país mestiço e nisso estava a nossa superioridade, com seu consequente progresso.14

Em 1929, Batista Pereira publicava por ocasião da vinda do Presidente norte-americano Hoover ao Brasil, um ensaio intitulado "Brasil e Estados Unidos: afinidades históricas entre os dois países" (Pereira, 1938). No ensaio, passava a enumerar o que considerava serem as compatibilidades entre as histórias do Brasil e dos Estados Unidos, afinidades estas que seriam inúmeras e profundas. As grandes lições que o Brasil deveria aprender com o exemplo dos EUA, seria o orgulho que eles tem deles mesmos, bem como a preocupação com a educação, base de uma prosperidade que tanto admirava. Acreditava que os EUA começariam a dar vazão aos bons sentimentos de solidariedade humana, cabendo ao presidente Hoover redefinir o conceito da doutrina Monroe, interpretando-a como solidariedade e não como conquista.

Em 1930, após o golpe que pôs fim a República Velha, Batista Pereira produzia um novo ensaio "A formação espiritual do Brasil".15 Para ele, o progresso e modernização pelo qual passava São Paulo, que tanto admirava, tinham um preço. A prosperidade material não deveria ser o único índice de julgamento. O princípio espiritual, criador de valores permanentes, é que deveria ter primazia sobre o princípio utilitário. Batista Pereira acreditava que a síntese subjetiva do Brasil estava dado por um triângulo formado pelo jesuíta Anchieta, pelo Marquês do Pombal e Rui Barbosa. O padre Anchieta teria criado ainda no período colonial, o pragmatismo religioso; o ministro português Pombal, teria imposto o ateísmo do Estado, herdado pela monarquia brasileira; e o senador Rui Barbosa, teria pregado e proclamado o regime em que o Brasil vivia, de uma Igreja livre em um Estado livre. Valores que deveriam pautar a atuação da nação no cenário internacional, pois o autor acreditava que o século XX seria já o século do Brasil, com o país logrando quebrar distâncias e se tornando o maior celeiro de matérias primas do mundo.

Dada as transformações que varriam o Brasil com a revolução de 1930, Batista Pereira se impôs resgatar o que considerava ser a atualidade do pensamento de Rui Barbosa. Aos valores e instituições liberais da sociedade brasileira, defendidos por Rui Barbosa ao longo das últimas décadas, somava-se também o resgate do Império, com suas instituições e figuras. Os erros do passado, longe estavam de significar zerar a conta. Tanto o Império, quanto a antiga República, teriam contribuições a dar aos novos tempos com o varguismo.

Em 1931, Batista Pereira pronunciava uma conferência na Faculdade de Direito de São Paulo, intitulada "Rui Barbosa, a constituição e o militarismo" (Pereira, 1938). Batista Pereira ao centrar seu discurso na atuação de Rui Barbosa ao longo da primeira constituinte republicana no final do século XIX, bem como seus embates políticos na época, tratou de fazer um paralelismo com os problemas institucionais e as necessidades constitucionais que vivia o Brasil, após a ruptura política de 1930. Para Batista Pereira, o Estado de São Paulo, centro decisório maior da República Velha, não poderia ser responsabilizado por todos os erros do regime passado. Clamando pela reintegração da ordem constitucional, informava não ser refém da corrente que pedia a sua adesão ao novo regime. Isto significaria uma covardia a velhas amizades feridas pelo infortúnio do novo momento político. Via a si mesmo no papel de um comandante em alto mar, que não podia pular do barco, a pesar de não se sentir culpa de muitas manobras equivocadas ocorridas na embarcação.

Denegrir a todo um regime pelo desacerto de alguns dos seus executores, lhe parecia uma tarefa de crianças, não de homens. E de todo não seria tão ruim o regime que saia de cena. Batista Pereira defendia a Constituição da República Velha, mesmo com suas falhas. E neste balanço sobre as instituições brasileiras, Batista Pereira voltava a resgatar o papel exercido pelo "Conselho de Estado" durante o Império. Para ele, a instabilidade da República Velha poderia ter sido melhor equilibrada com a restauração desse importante órgão monárquico, e que cumpriu a tarefa de orientar o Imperador. Um assessoramento que faltou aos presidentes republicanos, e no qual se colocava como protagonista. Um exemplo que dava, era a permanente tensão que o Brasil vivia em relação aos demais países do Rio da Prata. Ele, que se considerava o depositário oral da tradição do Barão do Rio Branco e da diplomacia imperial, por duas vezes teria tentado falar com dois presidentes sobre a política platina, pois achava conhecer bem seus segredos. Mas suas palavras de alerta teriam caído num vazio, o que certamente não ocorreria se houvesse um Conselho de Estado.

Os alertas de sua conferência, cheia de simbolismo, davam-se num momento crucial da vida política. O local onde o ensaio foi lido era especial; a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo. Daqueles bancos escolares saíram tanto o autor como Getulio Vargas. As conclusões da conferência eram simples: pedia-se que fosse chamada uma constituinte. O Brasil precisava urgentemente de uma constituição. O ambiente político no Brasil, entretanto, rapidamente se deteriorou, com justamente São Paulo protagonizando, em julho de 1932, a Revolução Constitucionalista. As conseqüências, a pesar da derrota dos revoltosos, foram as eleições no ano de 1933 da tão exigida Assembleia Constituinte, com a promulgação da nova constituição republicana em 1934.

Mas, em meio ao conturbado ano de 1932, era publico pela Coleção Brasiliana, um dos livros mais interessantes de Batista Pereira, com um sugestivo título: "Diretrizes de Ruy Barbosa. Segundo textos escolhidos, anotados e prefaciados por Batista Pereira" (Pereira, 1932). Com todo um caráter discricionário, foram textos escolhidos, anotados e comentados por ele. No prefácio, informa que a imensa obra de Rui Barbosa ressentia-se da falta de uma síntese, sendo uma produção dispersa e fragmentária e de difícil acesso, verdadeira raridade. Por isso a coletânea se legitimaria, sendo os escritos agrupados em capítulos temáticos. A atuação de Batista Pereira, foi muito maior do que ser um mero recompilador e sucinto comentador do pensamento liberal de Rui Barbosa, como informa e aparentemente poderia ser. Suas notas, muitas vezes mais extensas que as transcrições dos textos do senador, indicam um claro propósito militante, colocando em confronto as idéias que acreditava com a realidade política dos tempo em que vivia, e que já olhava com descrédito.

Ainda neste ano de 1932, Batista Pereira publicava pela Editora Nacional, uma obra diferente, escrito pelo autor como uma advertência. "A Ilusão Russa", romance anticomunista e ambientado quase todo na União Soviética, tinha como objetivo desmascarar o que considerava ser uma cruel realidade por trás da propaganda feita pelo regime soviético, e que já começava, a seu entender, a encantar a muito no Brasil (Pereira, 1932). Em 1933, já tendo se iniciado os trabalhos da Assembléia Constituinte, Batista Pereira proferia uma conferência na chamada "Casa Rui Barbosa", a antiga casa patriarcal no bairro do Botafogo, local que já para a época abrigava eventos culturais e onde seguia vivendo o próprio autor com a família. "O Brasil e o anti-semitismo", foi lido na presença de uma plateia também formado por diplomatas estrangeiros (Pereira, 1933). O ensaio, como o próprio título indicava, foi não apenas de denúncias precursoras contra as perseguições na Alemanha nazista aos judeus, mas também um clamor contra um regime que via como totalitário. Na ocasião, os diplomatas alemães saíram da sala em protesto. Batista Pereira chegou a pedir um boicote aos produtos "made in Germany" enquanto o país fosse governado pelos nazistas, o que segundo ele, poderia ser feito até em atos simples, como não assistir a um filme alemão. O ambiente político no Brasil da época, no entanto, era bem mais complacente para com a Alemanha. Ao final, começava a se consolidar um pensamento conservador na sociedade brasileira, o qual não deixava de flertar com os regimes totalitários de direita da Europa. De qualquer forma, o texto de Batista Pereira não deixou de ser um sinal de alerta que, no pós-guerra, viria a cair na vala comum das revelações sobre os horrores do nazi-fascismo.

Em 1934, iniciava Batista Pereira sua última grande aventura intelectual com a refundação da Revista Brasileira. Era a retomada de um projeto editorial que vinha desde o século XIX, e que sofreu várias interrupções. Batista Pereira foi o diretor responsável da quarta versão da Revista Brasileira, que durou apenas dois anos, entre 1934 e 1935. A redação estava a cargo de Ruy Batista Pereira, seu filho. E a secretaria sob os cuidados de Samuel Wainer, jovem jornalista de origem judaica vindo de São Paulo. O projeto editorial era oferecer ao leitor, um panorama bastante variado de temas atuais, com um número expressivo de páginas, quase em formato de livro e com sessões fixas. A revista passava a transcrever trabalhos captados tanto de colaboradores do Brasil como do exterior. As notícias sobre os acontecimentos contemporâneos mais importantes vinham de um trabalho jornalístico próprio, e da reprodução de matérias das grandes agências internacionais.

Revista Brasileira deveria inspirar-se na norte-americana "Review of Review’s", e na francesa "Le Móis", consideradas as duas mais completas fontes de informação da publicidade moderna. Seu público leitor era pensado em termos de elites culturais, a quem a revista deveria proporcionar informações. Mas não conseguiu se afastar do torvelinho das lutas partidárias nacionais, como pretendia. Em 1935, em seu segundo ano, saiu em um de seus números, um extenso artigo de Miguel Reali, "Síntese da doutrina integralista", com a redação observando introdutoriamente ser o Integralismo um movimento patriótico.16 O artigo havia sido trazido por Ruy Batista Pereira, que seria um admirador deste grupo político de direita, e do próprio fascismo.

A revista que havia publicado na íntegra no ano anterior o ensaio de Batista Pereira "O Brasil e o anti-semitismo", um libelo no enfrentamento ao totalitarismo de direita, agora publicava o pensamento de Miguel Reali, intelectual de destaque do partido Integralista, que flertava com o nazi-fascismo. Independente da redação se eximir da responsabilidade pelo conteúdo dos artigos publicados, em nome da pluralidade de pensamento, acolhendo assim em suas páginas o que considerava as mais diversas manifestações do pensamento social e político moderno, os acontecimentos tiveram repercussões internas dentro da revista, com Samuel Wainer demitindo-se.17 Alguns meses depois, sem anunciar problemas de nenhuma natureza, a revista deixava de circular, sendo seu último número, o de novembro de 1935.

O encerramento da revista representou, também, o fim de uma maior visibilidade e trânsito de Batista Pereira junto às elites culturais do país. Iniciava-se a partir daquela data, a última fase de sua vida, que representou o seu desaparecimento intelectual. Então com cinqüenta e cinco anos, Antonio Batista Pereira passou a se envolver com a arqueologia brasileira, sem nada publicar sobre o assunto. Um fim melancólico para um pensador produtivo e com ricas memórias para a história brasileira. Um intelectual liberal e nacionalista da velha república, mas que editou um conjunto variado e importante de textos, e que se ordenaram em torno de questões sobre a nossa identidade e seu vínculo com o Rio da Prata. A historiografia brasileira, ao facilmente arrolar e amplamente divulgar a obra dos chamados grandes intérpretes do país, como Capistrano de Abreu, Gilberto Freyre, Sergio Buarque de Holanda, Caio Prado Jr, e outros "iluminados", simplifica e conduz o debate segundo algumas premissas que se querem ver como absolutas para o pensamento brasileiro. Batista Pereira, e muitos outros, tem um papel a ser resgatado, em obras tão pouco lidas quanto estudadas, e muitas vezes ditas e vistas como "menores". Eis o significado deste trabalho.

Notas

1 Para uma visão mais ampla sobre a produção cultural do Brasil a época, ver: Micelli, S. 2001. "Intelectuais e classe dirigente no Brasil (1920-1945)". In: Intelectuais à brasileira. São Paulo: Companhia das Letras. Gomes, Â. de C. 1999. História e historiadores. A política cultural do Estado Novo. 2.ed. Rio de Janeiro: FGV.

2 Uma análise interessante sobre este debate para a intelectualidade brasileira, ver em: Bueno, L. 1930. Uma história do romance de 30. São Paulo: Edusp.

3 A parte mais significativa do pensamento de Batista Pereira foi publicada na prestigiosa coleção Brasiliana, nos primeiros anos da nova República. Em 1925, depois da falência da Editora Monteiro Lobato e Cia., era criado uma nova firma. Nascia a Companhia Editora Nacional. Em 1931, no mesmo ano da criação do novo Ministério da Educação e Saúde, a Companhia Editora Nacional lançava a "Biblioteca Pedagógica Brasileira". Era toda uma aposta da editora no mercado da educação superior. A Biblioteca subdividiu-se em várias séries, sendo a mais importante a "Brasiliana". Esta série foi iniciada em 1931, com "Figuras do Império e outros ensaios", de Batista Pereira.

4 Para um dos raros dados biográficos sobre Antonio Batista Pereira, ver: Lacombe, A. J. 1960. Batista Pereira. In: Digesto Econômico, Rio de Janeiro, a.17, n.156, nov. -dez. pp.78-83.

5 Para uma leitura mais ampla da história da República Velha, ver: Albuquerque, M. M. de. 1984. Pequena História da Formação Social Brasileira. 3.ed. Rio de Janeiro: Graal; Junior, A. M. e Maranhão, R. 1981. Brasil História. Texto e consulta. 2.ed. São Paulo: Brasiliense. Vol. 3. República Velha; Fausto, B. 2006. História do Brasil. 12.ed. São Paulo: Edusp.

6 Entretanto, ainda em 1928 foi publicada a "Coletânea Literária de Rui Barbosa", tendo sido Batista Pereira o organizador da mesma. E, em 1929, Batista Pereira prefaciava a segunda edição das "Cartas de Inglaterra", de Rui Barbosa, bem como publicava ‘Rui Barbosa. Catálogo das suas obras’.

7 Batista Pereira, atuando no jornalismo no início de sua vida adulta, teve uma convivência com Eduardo Prado (1860-1901). Para Eduardo Prado, os acontecimentos que seguiram a queda da monarquia em 1889, com a censura à imprensa, a supressão das discordâncias e a violência do regime republicano, consolidam uma visão de um Império liberal, frente a uma República que se mostrava reacionária. Como um monarquista que havia sentido a sobrevivência da República depender da extensão de seus laços com os EUA, aproveitou a oportunidade para publicar, em 1893, "A ilusão americana". O livro, um clássico que antecede questões postas por Rodó em "Ariel" (1900), é um ataque à república brasileira, criticando a relação imperialista dos EUA para com a América Latina – a edição foi apreendida pelo governo brasileiro, levando-o ao exílio. Ver: Prado, E. 1958. A ilusão americana. 4.ed. São Paulo: Brasiliense. Mas o significado mais profundo que ficou para Batista Pereira do pensamento de Eduardo Prado, não foi o seu viés político, e sim o da afirmação de um nacionalismo cultural, bem como o resgate do idealismo, num momento em que se vivia a hegemonia do pensamento positivista no Brasil. Para isto ver: Pereira, A. B. 1902. Eduardo Prado. O escritor, o homem. São Paulo: Escola Saleziana.

8 Capistrano de Abreu (1853-1927) foi contemporâneo e amigo de Eduardo Prado, e construiu uma narrativa historiográfica utilizando a crítica das fontes – inédito entre os historiadores nacionais de sua época.

9 As experiências da convivência com o casal e suas observações sobre o pensamento de Kipling foram transcritos em um ensaio, redigido ainda em 1927. Para uma leitura de ‘Rudyard Kipling e o Rio de Janeiro’, ver: Pereira, A. B. 1931. Figuras do Império e outros ensaios. 2.ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional. Biblioteca Pedagógica Brasileira Brasiliana, v.1.

10 Ao longo do ano de 1928 foi produzida uma série de radiografias sobre o Brasil. As mais significativas foram Macunaíma, de Mário de Andrade; Martim Cererê, de Cassiano Ricardo e Retratos do Brasil, de Paulo Prado (1869-1943), sobrinho de Eduardo Prado. Para uma leitura sobre a história do pensamento brasileiro na época, ver: Martins, W. 1996. História da Inteligência Brasileira. 2.ed. São Paulo: T.A. Queiroz Ed. Vol. VI. 1915-1933. O ensaio de Batista Pereira ‘Civilização contra Barbárie’ foi publicado em: Pereira, A. B. 1934. Pelo Brasil Maior. São Paulo: Companhia Editora Nacional. Biblioteca Pedagógica Brasileira Brasiliana, v. 21.

11 No Rio da Prata, uma das maneiras de pensar o nacionalismo foi a que nas primeiras décadas do século XX encarou a revisão histórica um grupo de intelectuais. O que os aproximou foi um discurso com característica comuns sobre o passado colonial e nacional, que veio a colocá-los em confronto com tradições historiográficas oficiais, isto é, liberais. Toda esta produção historiográfica não passou desapercebida no Brasil, principalmente quando a temática centrava-se nos acontecimentos relativos a revisão sobre a história da Guerra da Tríplice Aliança. Assim, intelectuais como o paraguaio Juan O’Leary (1879-1969), o mexicano Carlos Pereyra (1871-1942), o uruguaio Luis A. de Herrera (1873-1959) ou o argentino Manuel Gálvez (1882-1962) tiveram sua produção conhecida no Brasil. Para uma leitura sobre o revisionismo histórico platino, ver: Moreira, L. F. V. 2007. "Os intelectuais brasileiros e o revisionismo histórico platino". In: Moreira, L. F. V. (coord.). Instituições, fronteiras e política na História Sul-Americana. Curitiba: Juruá.

12 A resposta e reação no Brasil a essa produção revisionista, não foi feita apenas por Batista Pereira. Outros intelectuais, também considerados nacionalistas, o fizeram: Lindolfo Collor (1890-1942), com a obra "No Centenário de Solano López", de 1926; Luis da Câmara Cascudo (1898-1986), com "López do Paraguai" (1927); o Gral. Mario Barreto, com "A campanha lopezguaya" (1928) e Gustavo Barroso (1888-1959), com "Brazil em face do Prata" (1930). Intelectuais que na década de 1930 seguiram caminhos políticos distintos. Alguns permaneceram em suas análises dentro dos cânones do liberalismo, como o caso de Lindolfo Collor e Batista Pereira. Outros, como Câmara Cascudo e Gustavo Barroso, passaram a flertar com um pensamento de extrema direita.

13 Editado pela casa Rossetti de São Paulo nesse mesmo ano, o ensaio ‘O Brasil e a Raça’ voltou a ser publicado em: Pereira, A. B. 1934. Pelo Brasil Maior. São Paulo: Companhia Editora Nacional Biblioteca Pedagógica Brasileira Brasiliana, v.21.

14 A valorização da mestiçagem no pensamento brasileiro aparece pioneiramente em Eduardo Prado. No percurso assinalado que leva a Batista Pereira, cabe menção ainda a Manuel Bomfim (1868-1932), com seu livro "América Latina: males de origem", de 1905. Bomfim, autor que também passou um pouco desapercebido, comparado a outros ensaístas de seu tempo, observou os equívocos das teorias racistas, chamando a atenção da significação das condições reais da vida para o desenvolvimento do caráter nacional. A originalidade de seu pensamento foi deslocar uma interpretação que se encontrava no campo biológico, para o econômico-social. Ver: Bomfim, M. 1993. América Latina: males de origem. 4.ed. Rio de Janeiro: Topbooks.

15 O ensaio foi escrita em outubro de 1930. Ver: Pereira, A. B. 1934. Pelo Brasil Maior. São Paulo: Companhia Editora Nacional. Biblioteca Pedagógica Brasileira Brasiliana, V.21.

16 Antes de iniciar o artigo, porém, a redação da revista fazia a seguinte observação: "Com este trabalho, a ‘Revista Brasileira’ inicia uma série de artigos sobre o Integralismo, que é o mais belo, patriótico e irresistível movimento de opinião já processado em nossa Pátria. Miguel Reale é o homem indicado para dar a conhecer aos brasileiros as bases da doutrina Integralista, pois ocupa no partido a destacada posição de Secretário Nacional de Doutrina. Nos próximos números publicaremos, do mesmo autor, novos trabalhos sobre a grande cruzada de salvação nacional empreendida pelos legionários do sigma". Na seqüência, vinha uma nota de roda-pé enunciativa: "Os artigos publicados com assinatura não são de responsabilidade da redação. Revista Brasileira como uma síntese do momento contemporâneo, acolhe em suas páginas as mais diversas manifestações do pensamento social-político moderno, sem que isto implique no entanto com seu próprio ponto de vista." Ver: Revista Brasileira. 1935. Rio de Janeiro, mar., n.7, p.27.

17 Em suas memórias, Samuel Wainer confirmava como motivo de sua saída o artigo de Miguel Reale. Ver: Wainer, S. 1989. Memórias de um repórter. Rio de Janeiro: Record, pp. 47. Ruy Batista Pereira, no entanto, continuou colaborando com a revista. Em artigo de maio de 1935, "As asas italianas", ele concluía, a partir da análise histórica, que a ascensão de Mussolini fora definitiva para o avanço do país na área da aviação. Ver: Revista Brasileira, Rio de Janeiro, mai. 1935, n. 8.

Referencias bibliográficas

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