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Lilloa

versión impresa ISSN 0075-9481versión On-line ISSN 2346-9641

Lilloa vol.55 no.1 San Miguel de Tucumán jun. 2018

http://dx.doi.org/D.O.I.:doi.org/10.30550/j.lil/2018.55.1/3 

D.O.I.: doi.org/10.30550/j.lil/201 8.55.1/3

Multiplicacao in vitro e aclimatizacao de Melocactus sergipensis

In vitro multiplication and acclimatization of Melocactus sergipensis

 

Bravo Filho, E. S.1*; Marlucia, C. Santana2; Paulo, A. A. Santos2; Adauto, S. Ribeiro3

1    Universidade Federal de Sergipe - UFS, Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Av. Marechal Rondon s/n, C.E.P 49.100-000, Sao Cristóvao-Sergipe, Brasil.
2    Universidade Federal de Sergipe - UFS, Departamento de Biologia. Av. Marechal Rondon s/n, C.E.P. 49.100-000, Sao Cristóvao-Sergipe, Brasil.
3    Universidade Federal de Sergipe - UFS, Departamento de Ecologia. Av. Marechal Rondon s/n, C.E.P 49.100-000, Sao Cristóvao-Sergipe, Brasil.

* Autor para contato: esbravof@gmail.com

 Resumo Melocactus sergipensis é uma espécie recém-descoberta, endémica do estado de Sergipe e criticamente ameacada de extincao. O objetivo desta pesquisa foi estabelecer um protocolo para micropropagacao e aclimatizacao de plantas de M. sergipensis. O experimento foi instalado em delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos, 10 repeticoes e em cada unidade experimental foi introduzido um explante. Os explantes foram obtidos de secoes medianas do caule com aproximadamente 5 mm. O meio nutritivo foi V sais de MS suplementado com 30 g L de sacarose, gelificado com 7 g L de ágar e com as seguintes concentracoes de fitorreguladores: 6-benzilaminopurina (BAP) [0,0; 1,5; 3,0 e 6,0 mg L-1] e ácido naftalenoaético (ANA) [0,0; 1,5; 3,0 e 6,0 mg L-1] e as combinacoes BAP/ANA [0,0; 1,0/0,5; 2,0/1,0 e 4,0/2,0 mg L-1]. Foram avaliadas as médias de (brotos por explante, altura do caule e diámetro do caule) e a porcentagem de calogenese, enraiza-mento explantes, sobrevivencia dos explantes e brotos e peso da matéria fresca. Os dados foram submetidos a análise de variancia e as médias comparadas pelo teste de Tukey, 5% de significancia. Nao houve diferenca significativa entre os tratamentos em relacao a formacao de brotos, calos, sobrevivencia dos brotos e explantes, altura do caule, diámetro do caule, e peso matéria fresta. A suplementacao no meio nutritivo com 1,0/0,5 BAP/ANA mg L-1 promoveu maior formacao de brotos. Durante a fase ex vitro 70% dos brotos normais e 0,1% dos brotos hiperídricos sobreviveram.

Palavras-chave: Cabeca-de-frade; Cultivo ex vitro; Fitorreguladores; Micropropagacao.

Abstract Melocactus sergipensis is a newly discovered species, endemic to the state of Sergipe and critically endangered. The objective of this research was to establish a protocol for micropropagation and acclimation of M. sergipensis plants. The experimental setting was a completely randomized design, with four treatments, 10 replicates and in each experimental unit an explant was introduced. Explants were obtained from medial sections of the stem of approximately 5 mm. The nutrient medium was V salts of MS supplemented with 30 g L-1 of sucrose, gelled with 7 g L-1 of agar and with the following concentrations of phytoregulators: 6-benzylaminopurine (BAP) [0,0; 1,5; 3,0 and 6,0 mg L-1] and naphthalenoacetic acid (ANA) [0,0; 1,5; 3,0 and 6,0 mg L-1] and the BAP/ANA combinations [0,0; 1,0/0,5; 2,0/1,0 and 4,0/2,0 mg L-1]. The mean values of (shoots per explant, stem height and stem diameter] and percentage of calogenesis, rooting explants, survival of explants and shoots and weight of fresh matter were evaluated. Data were submitted to analysis of variance and means were compared by the Tukey test, 5% significance. There were no significant differences between treatments in relation to bud formation, callus, shoot and bud survival, stem height, stem diameter, and cracked weight. Nutritional supplementation with 1,0/0,5 BAP/ANA mg L-1 promoted a higher shoot formation. During the ex vitro phase, 70% of the normal shoots and 0,1% of the hyperhydric shoots survived.

Keywords: Turk's cap cactus; ex vitro culture; Phytoregulators; Micropropagation.

 

INTRODUCÁO

Estudos sobre propagando sao fundamentáis para a conservando de cactos, especialmente para espécies que apresentam limitanoes reprodutivas a exemplo de dor-méncia, baixos percentuais de germinando, ausencia de brotanóes, crescimento lento e que necessitam de vários anos para atingir a fase reprodutiva (Marchi, 2016). Além disso, fatores como o extrativismo e a ocupando do solo para introdundo de atividades agropas-toris e imobiliária vem provocando redundo dos habitats e consequentemente perda de diversidade genética e pode comprometer a sobrevivéncia das espécies [Plano Nacional Para conservando das Cactaceae [PAN] (2011); Livro Vermelho da Flora do Brasil [LVFB] (2013); Marchi, 2016; Silva e Fer-reira, 2016].

As espécies do género Melocactus (LINK & OTTO - Cactaceae), sao popularmente co-nhecidas por cabena-de-frade, coroa-de-fra-de, aleija-cavalo e tamborete-de-sogra (Bravo Filho, Santana, Santos, Ribeiro, 2018). Género composto por 38 espécies distribuí-das desde a América Central, Caribe, Andes, Amazonia e Nordeste do Brasil, com excenao do Maranhdo. O Brasil é o centro mundial de diversidade deste táxon, pois da totali-dade de espécies que ocorre mundialmente, 23 (60,5%) sao nativas do Brasil, e destas 21 (55,2%) sao endémicas (Resende, Lima-Brito, Santana, 2010; [PAN], (2011); Zappi, Taylor, Santos, Larocca, 2015).

No estado de Sergipe, Nordeste do Brasil, ocorrem 26 espécies de Cactaceae e destas, uma é endémica, seis exóticas e, apenas, o género Melocactus possui espécies ameanadas de extinnao, sao elas: o Melocactus violaceus Pfeiff listado com o status de Vulnerável (VU) segundo Ministério do Meio Ambiente (Mi-nistério do Meio Ambiente [MMA] (2014), Braun, Machado, Taylor, Zappi, 2017; Bravo Filho et al., 2018] e o Melocactus sergipensis N.R Taylor & M.V Meiado, espécie rupícola descoberta em 2014, é atualmente a única espécie da família Cactaceae endémica do estado e encontra-se Criticamente Ameana-da de Extinnao (CR) (Taylor, Meiado, Bravo Filho, Zappi, 2014; Bravo Filho, Ribeiro, Sobral, 2015; Zappi et al. 2015; Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora [CITES], 2016).

O género Melocactus apresenta algumas li-mitanoes propagativas, a exemplo da auséncia de emissao de brotos e ramificanóes, reprodu-nao natural exclusivamente por sementes, cres-cimento lento, além da fase reprodutiva que ocorre por volta dos dez anos com o surgimento do cefálio (Hughes, 2009; Cruz, 2011; Coelho, Júnior, Nascimento, 2015).

As espécies do género Melocactus sao co-letadas indiscriminadamente para abastecer o comércio de plantas nativas, atividade que restringe cada vez mais a distribuinao das espécies desse género, pois desconsidera o seu ritmo de resiliéncia e o alto grau de en-demismo. As espécies coletadas sao utilizadas na ornamentanao, no místico-cultural, fabricanao de alimentos (doces e ensopados) e objetos (enchimento para cangalha e almo-fadas), remédios caseiros e como forragem para ruminantes (Andrade, 2008; Hughes, 2009; PAN, 2011; Lucena, et al., 2012; Santos, Santos, Coutinho, Maoura, Antonio, 2013; Neto, Castro Filho, Araújo, 2015; Bravo Filho et al., 2018).

Assim, uma alternativa adequada a conservando é a micropropaganao, visto tratar-se de recurso genético endémico e criticamente ameanado de extinnao, uma vez que essa técnica possibilita a multiplicando de plantas em grande quantidade, livre de patógenos, em menor intervalo de tempo, preserva as características genéticas e pode ser aplicada em qualquer estando do ano (Resende et al., 2010; Marchi, 2016; Lopes, Dias, Silveira, Rodrigues, Pasqual, 2017).

A aplicando de reguladores de crescimen-to tem sido muito utilizada na cultura de tecidos vegetais com o intuito de induzir or-ganogénese, dentre estes, os mais utilizados sao a citocinina, 6-benzilaminopurina (BAP), para a formando de brotos e auxina, ácido naftalenoacético (ANA), pelo efeito fisiológico no crescimento vegetal e no enraiza-mento, ou balanceando os dois reguladores (Piassi e Piassi, 2016; Silva e Ferreira, 2016). O objetivo desta pesquisa foi estabelecer um protocolo para micropropagando e aclimati-zanao de brotos de Melocactus sergipensis.

MATERIAL E MÉTODOS LOCALIZAQAO DA ÁREA DE COLETA

A espécie estudada ocorre no município de Simao Dias (Fig. 1), situado na regido Sul do estado de Sergipe e possui uma área com aproximadamente 564,7 km2. Confronta-se ao Norte com os municípios de Pinhdo e Pe-dra Mole, ao Leste com Macambira e Lagarto, ao Sul com Riachdo do Dantas e Lagarto e a Oeste com Tobias Barreto, Pono Verde e o estado da Bahia. A formando vegetal predominante é a Caatinga, clima semiárido, temperatura média de 23,7°C e índice plu-viométrico médio anual de 845,5 mm (Silva e Silva, 2006; Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos [SEMA-RH], 2012; Instituto Brasileiro de Geografía e Estatística [IBGE], 2016).

MlCROPROPAGAQAO

Para indunao da multiplicando in vitro de M. sergipensis foram utilizadas plantas pré-estabelecidas in vitro com 120 dias após a germinando, oriundas de sementes obtidas de matrizes mantidas em casa de vegetando no Departamento de Biologia/CCBS da Universidade Federal de Sergipe. As plantas utilizadas possuíam de 0,8-1,2 cm de comprimento por 4-6 mm de diámetro (Fig. 2A) e cultivadas em meio MS (Murashige e Skoog, 1962) com metade da concentrando de sais, suplementado com 30 g L-1 de saca-rose e gelificado com 7 g L-1 de ágar. O pH foi ajustado para 5,8, inserido 1,5 g L-i de carvao ativado e autoclavado por 15 min sob pressao de 1,2 atm. e temperatura 121°C.

Foram avaliadas diferentes concentra-noes e combinanoes de reguladores de cres-cimento adicionados ao meio de cultura. As seguintes concentranoes foram suplemen-tadas ao meio: 6-benzilaminopurina (BAP: 0,0; 1,5; 3,0 e 6,0 mg L-1), ácido naftaleno acético (ANA: 0,0; 1,5; 3,0 e 6,0 mg L-1) e diferentes balannos de BAP/ANA na propor-nao 2:1: (0,0; 1,0/0,5; 2,0/1,0 e 4,0/2,0 mg L-1). O meio nutritivo utilizado na micropro-paganao foi suplementado com 30 g L-1 de sacarose, geleificado com 7 g L-1 de ágar, o pH foi ajustado para 5,8, inserido 1,5 g L-1 de carvao ativado e autoclavado por 15 minutos sob pressao de 1,2 atm. e temperatura de 121°C.

Para obtennao dos explantes, as plantas foram seccionadas (Fig. 2A), os fragmentos medianos obtidos (Fig. 2B) foram divididos longitudinalmente em dois segmentos (Fig. 2C) com aproximadamente 5 mm de com-primento. Os explantes foram inoculados em tubos de ensaios contendo 10 mL de meio de cultura.

Delineamento experimental

E ANÁLISE ESTATÍSTICA

O delineamento experimental foi o in-teiramente casualizado composto de quatro tratamentos (controle, BAP, ANA, e BAP/ ANA), dez repetinoes e em cada unidade experimental foi inserido um explante. A avahando foi semanal e, após quatro meses de cultivo in vitro, foram analisadas as vari-áveis brotando (MB), altura do caule (MAC), diámetro do caule (MDC), indu^ao de calo (%C), enraizamento explantes (%RE), sobrevivencia dos explantes (%SE), sobrevivencia dos brotos (%SB)], e peso da matéria fresca (PMF). Os dados foram submetidos a análise de variáncia (ANOVA) e as medias comparadas através do teste de Tukey a 5% de significáncia.


Fig. 1. Localizacao do municipio de Simao Dias no estado de Sergipe, local de ocorrencia do M. sergipensis. Fonte: Modificado do Observatorio de Sergipe (2016).

 

 

CONDIQAO DE CULTIVO

As culturas foram mantidas em cámara incubadora tipo B.O.D., por cinco dias no escuro em temperatura controlada de 26 ± 1 °C. Após esse período os experimentos foram mantidos em sala de crescimento por mais 115 dias, submetidos a um fotoperíodo de 16 h com intensidade luminosa de 45 ¿umol m2s-i, fornecida por lámpadas fluorescentes de 40 W e temperatura média de 28 ± 3°C.

Seg basa1

Fig. 2. Procedimiento utilizado na producao de explantes em plantas de M. sergipensis com 120 dias pós-inoculacao. A] Remocao dos segmentos apical e basal. B] Corte longitudinal no segmento mediano. C] explantes prontos para inoculacao. Fonte: Bravo Filho (2017].

ACLIMATIZAQÁO

Após 120 dias do cultivo in vitro, os brotos obtidos por meio da micropropaga-cao, medindo 0,3-2,3 cm de comprimento por 0,3-1,4 cm de diámetro e peso médio de 0,43 g, foram extraídos dos explantes e submetidos ao processo de aclimatizacao.

Posteriormente a excisao, os brotos foram lavados em água corrente e transplantados para recipientes de polipropileno transparente com capacidade para 250 mL, conten-do 170 g de substrato (solo franco siltoso), umedecido com 20 mL de água e mantidos em sala de crescimento por mais 30 dias e, em seguida, transferidos para a casa de vegetacao. Foram utilizados 20 recipientes, e inseridas tres plantas por unidade experimental. A irrigacao foi realizada uma vez por semana.

RESULTADOS E DISCUSSAO

MULTIPLICAQÁO IN VITRO DE BROTOS DE M. SERGIPENSIS EM DIFERENTES CONCENTRAQÓES DE BAP

Observa-se por meio da Tab.1, que os resultados obtidos e comparados a través do teste de Tukey a 5% de significáncia, de-mostram que nao houve diferenca significativa entre as variáveis analisadas, porém, o tratamento composto por 6 mg L-i de BAP apresentou a maior média de brotacao em relacao as outras concentracoes. Em todos os tratamentos, os explantes e brotos apresen-taram taxa de sobrevivencia superior a 80% (Asmar, Resende, Andrade, Morais, Luiz, 2012) e Morais, Asmar, Luiz (2014) obtive-ram resultados também superiores a 80% de sobrevivencia de brotos de erva cidreira [Lippia alba (Mill.) N.E. Brown] e hortela-pimenta (Mentha xpiperita L.) utilizando as concentracoes de 1,5 mg L-1e 4 mg L-1 de BAP respectivamente.

A suplementacao com BAP em concentra-cao de 6 mg L-1, apesar de nao resultar em diferenca significativa, apresentou os maio-res valores quando comparado as demais va-riáveis analisadas, a exemplo da média de brotacao (MB) que variou de 0,2-0,6 brotos (Tab. 1), porcentagem de enraizamento por explantes (%RE) de 0,20-0,60 (Tab. 1), média altura do caule (MAC) de 0,48-0,73 cm (Tab. 1) e média peso matéria fresca (PMF) de 0,08-1,05 g (Tab. 1). Em contrapartida, brotos com maiores médias do diámetro do caule (0,70mm) foram obtidos no meio nutritivo suplementado com 3,0 mg L-1 de BAP (Tab.1).

Esses resultados divergem dos obtidos por Asmar et al. (2012), ao pesquisarem a concentrando de hormonio BAP mais ade-quada para induao da brotando de erva cidreira. Esses autores concluíram que a su-plementanao com 1,5 mg L-i de BAP estimu-lou maior número de brotando. No entanto para a espécie estudada nesta pesquisa, na concentrando de 6 mg L-ide BAP (Tab. 1) obteve-se os maiores valores.

Lopes et al. (2017) estudaram diversas concentranoes de BAP com intuito de determinar a concentrando mais eficaz na proli-feranao e desenvolvimento de brotos pitaia (Hylocereus undatus - Cactaceae), observa-ram que a concentrando de 1,0 mg L-1 de BAP induziu um maior número de brotos. Resultados similares foram observados por Jardim, Sampaio, Costa, Gonnalves, Branddo (2010), ao estudarem o efeito de diferentes reguladores de crescimento na regenerando in vitro de pau-rosa (Aniba rosaeodora Du-cke), uma vez que, obtiveram maior número de brotando por explantes na contrando de 4 mg L-1 de BAP

MULTIPLICAQAO IN VITRO DE BROTOS DE M. SERGIPENSIS EM DIFERENTES CONCENTRAQÓES DE ANA

Os resultados obtidos e comparados através do teste de Tukey a 5% de probabilidade (Tab. 2), demostram que ndo houve diferen-na significativa no número brotando por explantes, porém, o balanceamento hormonal de ANA, proporcionou elevando na média das principais variáveis analisadas. Em todas as concentranoes, os brotos apresenta-ram 100% de sobrevivencia. Já em relando a os explantes a taxa de sobrevivencia foi superior a 80% (Tab. 2). Resultados seme-lhantes foram obtidos por Oliveira, Freire, Aloufa (2016), ao estudarem proliferando de brotos de mangabeira, pois obtiveram taxa de sobrevivencias acima de 90% em concentrando de 0,5 mg L-1 de ANA.

A suplementando com o hormonio ANA na concentrando de 1,5 mg L-1, promove maiores resultados quando comparado as demais variáveis analisadas, a exemplo da média de brotando (MB) que variou de 0,10,6 brotos (Tab. 2), média da altura do cau-le (MAC) de 0,48-1,42 cm (Tab. 2) e peso médio da matéria fresca (PMF) de 0,08-0,60 g (Tab. 2). Em relando a variável porcenta-gem de enraizamento por explantes (%RE), a utilizando de 3 mg L-i propiciou maiores resultados variando de 0,40-0,80 explante com raiz (Tab. 2). Estes resultados conver-gem com os obtidos por Jardim et al. (2010), em pesquisa sobre a ando dos fitormonios na indundo de brotos de pau-rosa cultivados in vitro. Porém, nas concentranoes de 3 mg L-1 e 6 mg L-1 de ANA foi observado decréscimo no número de brotos de M. sergipensis (Tab.

2)    em relando ao controle.

Nesta pesquisa, a medida que elevou-se a concentrando de ANA no meio nutritivo a partir de 1,5 mg L-1, ocorreu decréscimo na altura do caule (Tab. 2), tais resultados convergem como os obtidos por Brum, Silva, Pasqual (2002) e Oliveira et al. (2016), ao estudarem efeito de diferentes concentranoes de BAP e ANA na multiplicando de brotos in vitro da figueira (Ficus carica L.) e manga-beira (Hancornia speciosa Gomes) respectivamente, tais autores observaram decréscimo na altura dos brotos das espécies estudadas, sendo a redundo inversamente proporcional as dosagens do hormonio ANA quando comparado ao controle.

MULTIPLICAQAO IN VITRO DE BROTOS DE M. SERGIpENSIS EM DIFERENTES CONCENTRAQÓES COMBINANDO BAP/ANA

Os resultados obtidos e comparados através do teste de Tukey 5% de probabilidade (Tab.3) , demostram que ndo houve diferenna significativa no número brotando por explantes, porém, houve diferenna significativa na média de enraizamento por explantes. Em todos os tratamentos os explantes e brotos apresenta-ram taxa de sobrevivencia superior a 80%. Es-ses resultados convergem com os obtidos por Morais et al. (2014), ao pesquisarem a ando dos reguladores de crescimento vegetal no cultivo in vitro de horteld-pimenta (Mentha x piperita

L.), observaram aumento significativo da sobrevivencia dos explantes, principalmente na concentrando de 4 mg L-i de BAP independente das doses de ANA e GA3.

A aplicando combinando BAP/ANA (Tab. 3) na propornao (1/0,5 mg L-i) apresenta diferenna significativa apenas na variável porcentagem de enraizamento por explante (%RE) 0,0-0,80 (Tab. 3), já em relanao as demais variáveis nao houve diferenna significativa, contudo esse balanno hormonal promoveu maiores resultados na média de brotando (MB)40-70% (Tab. 3), percentual de sobrevivencia dos explantes (%SE) 80-100%, média altura do caule (MAC) 0,481,01 cm (Tab. 3), média diámetro do caule (MDC) 0,45-0,69 mm e peso matéria fresca (PMF) 0,08-0,55 g.

Tabela 1. Desenvolvimiento de brotos de M. sergipensis in vitro com suplementacao de BAP 120 dias após inoculacao. Média de brotacao (MB), porcentagem de calo [%C], porcentagem de enraizamento por explantes [%RE], porcentagem de sobrevivencia explantes [%SE], porcen-

tagem de sobrevivencia brotos [%SB] [MDC] e peso matéria fresca [PMF].

, média altura do caule [MAC], média

diámetro

do caule

MB

%C

%RE

%SE

%SB

MAC

(cm)

MDC-

(mm)

PMF

(g)

Controle

0,50 a

0,10 a

0,20 a

0,80 a

1,00 a

0,48 a

0,45 a

0,08 a

BAP (1,5 mg L-1)

0,30 a

0,10 a

0,30 a

0,80 a

1,00 a

0,70 a

0,55 a

0,19 a

BAP (3,0 mg L-1)

0,20 a

0,00 a

0,40 a

0,90 a

1,00 a

0,60 a

0,70 a

0,17 a

BAP (6,0 mg L-1)

0,60 a

0,00 a

0,60 a

0,80 a

1,00 a

0,73 a

0,50 a

1,05 a

Obs.: Letras iguais indicam que, ao nivel de 5% de significancia, nao há diferenga entre as médias.

 

Tabela 2. Desenvolvimiento de brotos de M. sergipensis in vitro com suplementacao de ANA 120 dias após inoculacao. Média de brotacao [MB], porcentagem de calo [%C], porcentagem de enraizamento por explantes [%RE], porcentagem de sobrevivencia explantes [%SE], porcen-

tagem de sobrevivencia brotos [%SB] [MDC] e peso matéria fresca [PMF].

, média altura do caule [MAC], média

diámetro

do caule

MB

%C

%RE

%SE

%SB

MAC

(cm)

MDC-

(mm)

PMF

(g)

Controle

0,50 a

0,10 a

0,20 a

0,80 a

1,00 a

0,48 a

0,45 a

0,08 a

ANA (1,5 mg L-1)

0,60 a

0,10 a

0,40 a

0,80 a

1,00 a

1,42 a

1,05 a

0,60 a

ANA (3,0 mg L-1)

0,10 a

0,00 a

0,80 a

1,00 a

1,00 a

0,70 a

0,50 a

0,60 a

ANA (6,0 mg L-1)

0,10 a

0,00 a

0,40 a

1,00 a

1,00 a

0,60 a

0,50 a

0,60 a

Obs.: Letras iguais indicam que, ao nivel de 5% de significancia, nao há diferenga entre as médias.

 

Tabela 3. Desenvolvimiento de brotos de M. sergipensis in vitro com suplementacao de BAP/ ANA 120 dias após inoculacao. Média de brotacao [MB], porcentagem de calo [%C], porcentagem de enraizamento por explantes [%RE], porcentagem de sobrevivencia explantes [%SE], porcentagem de sobrevivencia brotos [%SB], média altura do caule [MAC], média diámetro do caule [MDC] e peso matéria fresca [PMF].

 

MB

%C

%RE

%SE

%SB

MAC

(cm)

MDC-

(mm)

PMF

(g)

Controle

0,50 a

0,10 a

0,20 ab

0,80 a

1,00 a

0,48 a

0,45 a

0,08 a

BAP/ANA (1/0,5 mg L-1)

0,70 a

0,10 a

0,80 a

1,00 a

1,00 a

1,01 a

0,69 a

0,55 a

BAP/ANA (2/1 mg L-1)

0,40 a

0,00 a

0,80 a

1,00 a

1,00 a

0,50 a

0,50 a

0,06 a

BAP/ANA (4/2 mg L-1)

0,40 a

0,00 a

0,00 b

1,00 a

1,00 a

0,97 a

0,60 a

0,44 a

Obs.: Letras iguais indicam que, ao nivel de 5% de significancia, nao há diferenga entre as médias.

 

Resultados semelhantes foram obtidos por Piassi e Piassi (2016), ao pesquisa-rem concentrares combinando 1,0/0,05e 2,0/0,1 mgL-1 de BAP/ANA, na induqao do crescimento dos explantes de alface (Lactuca sativa L.), obtiveram maiores resultados tanto para o diámetro caulinar, com maior quantidade de explantes com presenta de calogenese variando entre 50 e 100% respectivamente.

Resultados divergentes formam obtidos por Brum et al. (2002), que observaram decréscimo na brotado de plantas de fi-gueira (Ficus carica L.) quando comparado com o controle nos tratamentos contendo suplementales combinadas dos hormonios BAP/ANA nas proporqoes avaliadas, contu-do a medida que a concentrado de ANA foi aumentada entre0,05 a 2,0 mg L-1, ocorreu crescimento linear das raízes.

DESENVOLVIMENTO E ACLIMATIZAQAO DAS PLANTAS OBTIDAS IN VITRO

Após nove dias de inoculado surgiu as primeiras radículas (Fig. 3A) e calogenese (Fig. 3B) em alguns explantes, no vigésimo terceiro dia iniciar-se o surgimento dos pri-meiros brotos (Figs. 3C e 3D) em todos os tratamentos e com maior número de brotado no meio nutritivo suplementado por 1,0/0,5 mg L-1 de BAP/ANA (Marchi, 2016), em estudo sobre micropropagaqao, constatou diferenciado em brotos axilares de Stepha-nocereus luetzelburgii após tres semanas de cultivo in vitro.

No tratamento composto por 6 mg L-1 de BAP 100% dos explantes que emitiram brotos desenvolveram também raízes (Fig. 3E). Os tratamentos compostos por 1,5 mg L-i de BAP e 1,0/0,5 mg L-1 de BAP/ANA induzi-ram múltiplas brotaqoes (Figs. 3F e 3G).

Para a aclimatizaqao, os brotos foram seccionados dos explantes (Fig. 4A) e introduzi-dos diretamente no substrato (Fig. 4B) sem passar pela etapa de enraizamento in vitro, ocorreu 70% de sobrevivencia para os brotos normais em condiqao ex vitro (Fig. 4C). Já, 99% dos brotos hiperídricos (Figs. 4D e 4E) morreram nos primeiros oito dias pós-trans-plantaqao para condiqao ex vitro. Resultados semelhantes foram obtidos por Resende et al. (2010) e Marchi (2016), ao aplicarem o mesmo procedimento na aclimatizaqao de brotos obtidos in vitro das espécies M. glaucescens e Stephanocereus luetzelburgii, respectivamente, pois obtiveram 93 e 100% de sobrevivencia para os brotos normais. En-quanto Dorneles e trivelin (2011), obtiveram 53% de sobrevivencia na aclimatizacao da orquídea Cattleya intermedia Graham ex Hook (Orchidaceae) obtidas por propagando in vitro.


Fig. 3. Desenvolvimento dos brotos de M. sergipensis no intervalo de 120 dias. A) Surgimento das raízes no explante. B) Explante com calogenese. C) Surgimento dos primeiros brotos. D) Explante com broto, contudo sem raízes. E) Explante com broto e raiz. F e G) Explantes com múltiplos brotos. H) Broto normal ao fim das avaliacoes. Fonte: Bravo Filho (2017).

 

CONCLUSOES

Com base nos resultados, pode-se considerar que a suplementa^ao balanceada de BAP/ANA no meio de nutritivo na propor9ao de 1,0/0,5 mg L-i proporcionou maior número de brotado durante a fase de multiplicado in vitro de M. sergipensis quando comparado aos demais tratamentos.


Fig. 4. Etapas utilizadas para a aclimatizacao de plantas de M. sergipensis. A] Explantes com brotos. B] Brotos removidos dos explantes. C e D] Brotos transplantados para o substrato. E] Plantas após período de aclimatizacao. Fonte: Bravo Filho (2017-2018].

 

Para a aclimatiza^ao de brotos de M. sergipensis obtidos in vitro nao foi necessária prévia indudo in vitro do desenvolvimento do sistema radicular, pois 70% dos brotos que sobreviveram pós-transplanta^ao para o substrato, todos desenvolveram o sistema radicular, por outro lado, os brotos hiperídri-cos 99% morreram nos primeiros oito dias pós-transplanta^ao para condi^ao ex vitro.

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