Resumo

MAS, Fernando Francisco. “Empreendedor de si mesmo” ou "forma empresa"? Concorrência e subjetividade managerial. Trab. soc. [online]. 2021, vol.22, n.37, pp.459-476.  Epub 01-Jul-2021. ISSN 1514-6871.

Muitas das abordagens contemporâneas da Sociología são inspiradas pela pesquisa de Michel Foucault sobre o "neoliberalismo". Como é bem conhecido, no final dos anos setenta o autor analisou suas principais teorias microeconômicas e propus que nelas havia a programação de uma “racionalidade de governo”. Além disso, ele sugeriu que a subjetividade central encorajada a partir daí era a de um indivíduo "empreendedor de si mesmo". Neste artigo procuramos explicar a “origem” e a utilização metodológica deste conceito, assim como do conceito “forma empresa” (também apresentado por Foucault na referida pesquisa, embora referido apenas brevemente). Com isso, buscamos argumentar a noção “forma empresa” pode operar, para pensar a subjetividade neoliberal, de forma mais "acabada" e "plástica" do que o primeiro. Isso porque a “forma empresa” não só se encaixa à clássica fórmula econômica de retorno do investimento, mas permitiria a inclusão de outras ações, como a concorrência. Na verdade, a própria microeconomia neoliberal definiu a concorrência como seu princípio geral, porém a noção de “empreendedor de si mesmo” a deixa de lado. Da mesma forma, assinalamos que o conceito “forma empresa” oferece a possibilidade de delinear outras subjetividades neoliberais, aquelas relacionadas ao campo do management, campo que desde os anos oitenta até hoje também fez da concorrência o eixo de seu pensamento.

Palavras-chave : Neoliberalismo; Forma Empresa; Concorrência; Subjetividade; Management.

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